"Vou pensando em ti e em nós cada vez menos. embora te mentisse se te dissesse que não me lembro várias vezes. As coisas mais insignificantes ainda me trazem a tua imagem. Lugares onde estivemos, frases, ideias, músicas, cheiros, pequenos nadas que me levam até à memória do que fomos, memórias nas quais me deixo ir como se num barco que perdeu os remos. (...) Corria o mês de Junho, mas fazia um calor de Agosto, o que não evitou uma ataque de hipotermia quando me disseste que já não gostavas de mim. O frio que sentia foi apenas temperado com um pranto descontrolado; durante mais de duas horas chorei como uma criança perdida num lugar desconhecido e hostil"
"O tempo foi diluindo a tua presença na minha vida. Quem sabe um dia também dissolva a tua imagem da minha memória e eu consiga finalmente esquecer-me de ti. Não é o que quero, porém é que deveria fazer. Nunca somos donos do nosso coração. O meu não é meu, porque quando amo profundamente estou a dá-lo a outra pessoa. (...)
Quando amamos alguém, não perdemos só a cabeça, perdemos também o nosso coração. Ele salta para fora do peito e depois, quando volta, já não é o mesmo, é outro, com cicatrizes novas. Às vezes volta maior, se o amor foi feliz; outras, regressa feito numa bola de trapos, é preciso reconstruí-lo com paciência, dedicação e muito amor-próprio. E outras vezes não volta. Fica do outro lado da vida, na vida de quem não quis ficar do nosso lado."
in O dia em que te esqueci
Um comentário:
Parece ser bonito =)
Andry*
Postar um comentário