10 de novembro de 2010

Eu sou.. Ele é..

"Eu sou muito alta, eu sou muito baixa, magra, sou gorda, queria ter olhos azuis, queria ter o cabelo assim, queria ter o nariz mais pequeno, uns lábios bem desenhados, a pele mais suave. Quero renovar o meu guarda-roupa. Não quero ajudar a mãe a fazer o jantar, não quero arrumar o quarto. Não quero ir a escola, o professor é chato"

"... obrigada pela vossa visita..  vou comprar um relógio desses.. ahhhhhhhhh... voces são muito lindas"
Foram palavras pronunciadas com algumas dificuldades, tal como as crianças que começam a formar as suas primeiras frases, por alguns adolescentes e adultos que fomos visitar na manhã de hoje. Uma visita que me fez pensar um bocadinho.

Penso que se eles conseguissem lamentar-se da sua vida eles diriam mais ou menos assim: "queria fazer uso das minhas mãos e comer sozinho.. queria conseguir olhar-me ao espelho e apreciar a cor dos meus olhos (quer sejam azuis, castanhos, verdes)... queria conseguir apanhar o cabelo porque simplesmente me incomoda ao fazer um desenho.. tenho fome e queria conseguir fazer uma sandes.. desejava ter uma professora que me acompanhasse a tempo inteiro e me ajudasse a desenvolver algumas capacidades, quanto mais não seja aprender a desenhar uma casa.. queria poder relaxar numa banheira sem a constante presença de alguém com receio de que me aconteça alguma coisa.. queria usar o vestido que tenho guardado há muito tempo e sair á rua sem que ninguém me apontasse o dedo por ser diferente.. ou queria simplesmente ter a "capacidade" de reclamar do meu corpo e da minha vida e ser mentalmente perfeito.

Eles têm mais de 18 anos. Parecem crianças. Alguns são completamente dependentes, não comem nem fazem a sua higiene pessoal sozinhos. Alguns conseguem dizer "olá". Outros não conseguem pegar num lápis. Alguns são um bocado agressivos.Outros chegam e simplesmente olham pra nós com o olhar mais ternurento do mundo, dão-nos um beijo na testa e abraçam-nos. Mas com um abraço que se sente que é verdadeiro. E aí é-me completamente impossível ficar indiferente. Porque aquilo que eles mais precisam é exactamente aquilo que eles conseguem transmitir com mais clareza: carinho. 

Tu que consegues ler isto, sabes ler, sabes escrever, conseguiste perceber este texto simples, e espero que percebas a mensagem: és perfeito? (a definição de perfeição é muito relativa, eu sei).. Pergunto de outra forma: estás insatisfeito com aquilo que és ou com aquilo que tens?

5 de novembro de 2010

O valor da hora


Será que chegamos á era em que os filhos precisam pagar pra ter atenção dos pais? :S

24 de maio de 2010

Um homem diferente...

É mais uma história comovente de alguém que não teve a sorte de nascer perfeito.. Embora não goste do nome que lhe é atribuído, aqui fica um vídeo que a mim fez-me pensar um bocadinho..


4 de abril de 2010

Eu e os outros...



Já não escrevo há algum tempo e hoje apeteceu-me escrever, mas não por uma boa causa.. Há dias que servem para fazermos uma auto-análise e ver o que está bem, o que está menos bem e o que precisa ser mudado.. Eu questiono-me : É possível nos prejudicarmos a nós próprios quando pensamos demais nos outros?.. E qualquer pessoa com o mínimo de bom senso responde:
Claro que sim!

O que acontece é que há pessoas que gostam de fazer sacrifícios para ver as pessoas à sua volta e de quem gosta FELIZ. É o meu caso... Contudo, quando chega aquele dia em que precisamos de um pequeno sacrifício da outra pessoa para que seja a nossa vez de sermos felizes, o que é que acontece? NADA.. Rigorosamente nada.. E porquê? Porque essa pessoa só pensa nela própria. Pois é.. São estas pequenas coisas que nos fazem querer mudar e deixar de ser tão "coração mole". E esqueçam aquela história do "querer é poder" porque as coisas não são assim. Existem coisas que por mais que desejemos não conseguimos mudar, não conseguimos apagar, não conseguimos enterrar.. Obviamente que falei de ALTRUÍSMO nesta espécie de desabafo que, para quem não sabe, é o "conjunto das disposições humanas (individuais e colectivas) que inclinam os seres humanos a dedicarem-se aos outros (fonte: Wikipédia), e que não é mais do que, de uma forma um pouco exagerada mas de acordo com aquilo que às vezes sinto, sobrepor os interesses dos outros aos nossos, preocupando-se mais com eles do que connosco próprios. Isto é muito bonito, mas quando partilhado por todos e quando todos pensam um bocadinho nos outros, o que muitas vezes não acontece.. Quero prometer que vou tentar pensar mais em mim..